25 de junho, 2013: à beira do caminho

No meio da mata densa da inércia e da ignorância, há pessoas cansadas, com facões em suas mãos. Elas abriram um caminho longo, pacientemente. Enfrentaram os perigos, os erros, o desconhecido, tudo para, com os facões, abrir esse caminho. Estão exaustos. Fizeram-no praticamente sozinhos, ao longo de anos.

Quem nunca esteve lá, um dia veio. E reclamou. Reclamou da picada, dizendo que é longa, tortuosa, que não chega direto onde querem – e querem AGORA. Atropelam os desbravadores cansados e os acusam: “para que esses facões em suas mãos?” “Por que não seguem o atalho que nós descobrimos?” “Temos pena de vocês que vivem no passado. Aí, no meio do caminho, atrapalham nossa passagem.”

Acreditam que vão chegar ao outro lado, e que lá vão encontrar um pomar. Ouviram falar que há um quintal, pois os velhos com facões comem frutos de vez em quando. Sabem que os desbravadores, agora lá atrás no caminho, plantaram. Onde? A multidão não prestou atenção. Os velhos dos terçados tentaram dizer, mas foram atropelados antes de se fazer ouvir. Das janelas de seus caros bondes, a esmagadora maioria não decidiu para onde vai. Vão em direção às árvores, mas de alguma forma falharam em perceber onde elas foram plantadas. Havia milhares, e elas passaram despercebidas.

Pois não havia um pomar. Elas foram plantadas à beira do caminho.

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Terça às 19:32

Texto de http://www.facebook.com/jumalinverni

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